
A iniciativa é uma parceria entre a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), o Centro Regional de Governo, a Sespa e o Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA).
O anúncio da liberação ocorreu na noite de terça-feira (28) durante reunião on-line com representantes dos articuladores locais. O centro de testagem funcionará dentro do HRBA, devido à capacidade que o hospital tem de manter a sanitização do ambiente, relacionada ao conjunto de procedimentos higiênico-sanitários necessários.
Articulações
A Ufopa entrou em contato com a Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) para cessão de equipamentos para compor o laboratório. A equipe técnica será contratada pelo HRBA, sendo que a capacitação e o acompanhamento serão feitos por professores geneticistas da Ufopa.

Atual ciclo de testagem
Os testes do oeste do Pará ocorrem da seguinte forma: as coletas são feitas nas cidades, depois seguem para Santarém e posteriormente são encaminhadas em voo do governo do estado para Belém, duas vezes por semana.
“O resultado está demorando em torno de sete a dez dias para chegar em Santarém, e durante esse tempo as pessoas acabam tendo contato com outras e o ciclo de contágio permanece”, disse professor Marcos.
Com o laboratório em Santarém, a meta é realizar cerca de 116 testes por dia e disponibilizar o resultado em até 48 horas, podendo antecipar o prazo em casos mais graves.
Treinamentos

A equipe de professores da Ufopa no projeto é formada pelos geneticistas Luís Reginaldo e Gabriel Coelho (Instituto de Ciências da Educação — Iced), Heloísa Meneses (Instituto de Saúde Coletiva — Isco) e Marcos Prado (Instituto de Ciências e Tecnologia das Águas — ICTA).
A universidade em Santarém também está disponibilizando equipamentos para a montagem do laboratório e recursos financeiros para aquisição de insumos, disponibilizados pelo MEC. Outros parceiros ainda estão sendo contatados para a rede de articulação, como a Unimed Oeste do Pará, que já sinalizou positivamente ao projeto.
Atualmente existem duas maneiras de testar para a Covid-19. A primeira é o chamado teste rápido, a partir de uma gota de sangue, que analisa os anticorpos da pessoa. A partir da análise, verifica-se se o paciente entrou em contato com o vírus ou se ele está infectado. Vale lembrar que, se a infecção for inferior a dez dias, existe a possibilidade do falso negativo, que consiste na não detecção da presença do vírus devido ao estágio primário da infecção. Este teste tem, em média, cerca de 70% de precisão, mais por contar uma história do paciente do que por apresentar o momento atual.
O teste molecular, que será feito em Santarém, analisa a presença de material genético do vírus em amostras da região nasal do paciente e pode dizer, com precisão, se este está infectado com o vírus.
Segundo professor Marcos Prado, o teste molecular é o mais indicado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), com 98% de precisão, e pode ser realizado, inclusive, em pacientes assintomáticos, ou pacientes com apenas um ou dois dias de infecção, mostrando o estágio atual de contaminação.
Além disso, esse teste também é utilizado durante o processo de cura do paciente, para saber se ainda está com a carga viral no momento em que precisa ser liberado do hospital.
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