sexta-feira, 3 de agosto de 2018


Surfista gira o mundo e une o prazer do esporte a flagrantes da natureza


Deslizar pelas ondas é uma forma de se estar em perfeita comunhão com o mar. Com um número cada vez maior de praticantes ao redor do mundo, o surfe possibilita uma conexão direta entre o ser humano e a natureza. Com esse espírito, Christian Herzog decidiu unir o prazer do esporte com registros fotográficos dos cenários que visitou. África do Sul, Equador, Espanha, Peru, Nova Zelândia, Ilhas Fiji, Taiti, Indonésia, Fernando de Noronha e até mesmo a Florianópolis (SC) onde ele vive já serviram de palco para as imagens.
O trabalho e a experiência do surfista também servem de alerta: “O local onde fiquei mais espantado com a degradação foi em Bali, na Indonésia. Existe muito lixo nas praias, boiando na água. Não há um sistema eficaz de tratamento dos detritos, eles são queimados e isso deixa o ar bem poluído. Muita gente usa máscaras para andar nas ruas”, lembra, mencionando um local do planeta que costuma ser associado à sua beleza.
"Muitos dos produtos que utilizamos na indústria do surfe são derivados do petróleo a altamente poluentes, mas vejo sim que os surfistas podem e devem se conscientizar sobre as ações do homem e levar uma mensagem em defesa da natureza."
Apesar disso, seu trabalho com fotos - e diversas vezes também em vídeo - é focado nos momentos positivos de suas viagens. Um mergulho com uma tartaruga, um flagrante de um réptil, um "encontro" com arraias ou uma rápida observação de tubarões fazem parte de seu material que normalmente é postado em redes sociais.
Herzog começou a surfar em 1986, aos 10 anos de idade. O fato da avó ir morar em Santa Catarina tornou mais fácil o contato com a água para o menino de Porto Alegre (RS). Os pais sempre tiveram interesse pela fotografia e era comum o casal andar com uma máquina registrando os momentos em família. O mar e a fotografia estavam no destino de Herzog. Uma máquina descartável foi a primeira que ele começou a clicar.
À prova d’água, o equipamento totalmente amador já servia para registrar suas cenas de surfe. “Eu enxergo a vida como uma coisa conectada e única. Gosto de fotografar a natureza porque existe muita beleza que passa despercebida no dia a dia das pessoas. Quando faço uma foto, tento captar estes momentos tão bonitos que estão diante de nós, mas que não conseguimos prestar atenção por causa de nossas preocupações cotidianas”, diz Herzog.
Em 2001, já morando na capital catarinense, o surfista fotógrafo ganhou do pai uma antiga SLR, máquina que ainda operava com filme. “A partir daí, comecei a levar realmente a sério a fotografia”, lembra.
 Cada lugar tendo a sua beleza única, o surfista descreve o fascínio que tomou conta ao ver leões, girafas e elefantes andando livremente na África do Sul. Algo, segundo ele, incrível. Já nas Ilhas Galápagos, no Equador, as iguanas lembraram o passado pré-histórico do planeta. “Além de ter muitos lobos marinhos brincando na água e até mesmo nas calçadas perto do mar. É possível chegar bem perto deles”, diz.
Mesmo estando lado a lado do oceano e dependendo de sua plenitude para realizar as manobras que encantam quem assiste, Herzog afirma que os surfistas não podem ser apontados como “guardiões” do meio ambiente. Uma transformação de fato depende da consciência de cada um em sua vida, independentemente do papel na sociedade. “Muitos dos produtos que utilizamos na indústria do surfe são derivados do petróleo a altamente poluentes, mas vejo sim que os surfistas podem e devem se conscientizar sobre as ações do homem e levar uma mensagem em defesa da natureza”, comenta.

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