Surfista gira o mundo e une o prazer do esporte a flagrantes da natureza
Deslizar pelas ondas é uma forma de se estar em
perfeita comunhão com o mar. Com um número cada vez maior de praticantes ao
redor do mundo, o surfe possibilita uma conexão direta entre o ser humano e a
natureza. Com esse espírito, Christian Herzog decidiu unir o prazer do esporte
com registros fotográficos dos cenários que visitou. África do Sul, Equador,
Espanha, Peru, Nova Zelândia, Ilhas Fiji, Taiti, Indonésia, Fernando de Noronha
e até mesmo a Florianópolis (SC) onde ele vive já serviram de palco para as
imagens.
O trabalho e a experiência do surfista também
servem de alerta: “O local onde fiquei mais espantado com a degradação foi em
Bali, na Indonésia. Existe muito lixo nas praias, boiando na água. Não há um
sistema eficaz de tratamento dos detritos, eles são queimados e isso deixa o ar
bem poluído. Muita gente usa máscaras para andar nas ruas”, lembra, mencionando
um local do planeta que costuma ser associado à sua beleza.
"Muitos
dos produtos que utilizamos na indústria do surfe são derivados do petróleo a
altamente poluentes, mas vejo sim que os surfistas podem e devem se
conscientizar sobre as ações do homem e levar uma mensagem em defesa da
natureza."
Apesar disso, seu trabalho com fotos - e diversas
vezes também em vídeo - é focado nos momentos positivos de suas viagens. Um
mergulho com uma tartaruga, um flagrante de um réptil, um "encontro"
com arraias ou uma rápida observação de tubarões fazem parte de seu material
que normalmente é postado em redes sociais.
Herzog começou
a surfar em 1986, aos 10 anos de idade. O fato da avó ir morar em Santa
Catarina tornou mais fácil o contato com a água para o menino de Porto Alegre
(RS). Os pais sempre tiveram interesse pela fotografia e era comum o casal
andar com uma máquina registrando os momentos em família. O mar e a fotografia
estavam no destino de Herzog. Uma máquina descartável foi a primeira que ele
começou a clicar.
À prova d’água, o equipamento totalmente amador já
servia para registrar suas cenas de surfe. “Eu enxergo a vida como uma coisa
conectada e única. Gosto de fotografar a natureza porque existe muita beleza
que passa despercebida no dia a dia das pessoas. Quando faço uma foto, tento
captar estes momentos tão bonitos que estão diante de nós, mas que não
conseguimos prestar atenção por causa de nossas preocupações cotidianas”, diz
Herzog.
Em 2001, já
morando na capital catarinense, o surfista fotógrafo ganhou do pai uma antiga
SLR, máquina que ainda operava com filme. “A partir daí, comecei a levar
realmente a sério a fotografia”, lembra.
Cada lugar tendo a sua beleza
única, o surfista descreve o fascínio que tomou conta ao ver leões, girafas e
elefantes andando livremente na África do Sul. Algo, segundo ele, incrível. Já
nas Ilhas Galápagos, no Equador, as iguanas lembraram o passado pré-histórico
do planeta. “Além de ter muitos lobos marinhos brincando na água e até mesmo
nas calçadas perto do mar. É possível chegar bem perto deles”, diz.
Mesmo estando lado a lado do oceano e dependendo de
sua plenitude para realizar as manobras que encantam quem assiste, Herzog
afirma que os surfistas não podem ser apontados como “guardiões” do meio
ambiente. Uma transformação de fato depende da consciência de cada um em sua
vida, independentemente do papel na sociedade. “Muitos dos produtos que
utilizamos na indústria do surfe são derivados do petróleo a altamente
poluentes, mas vejo sim que os surfistas podem e devem se conscientizar sobre
as ações do homem e levar uma mensagem em defesa da natureza”, comenta.
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