quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Sindicato dos Rodoviários teme demissões em massa após licitação para concessão de linhas de ônibus em Santarém


     Celso Santos, vice-presidente do sindicato dos rodoviários
O Sindicato dos Condutores de Veículos Rodoviários e Empresa de Transportes de Santarém está articulando um abaixo-assinado para solicitar uma audiência pública junto ao Ministério Público Estadual(MPPA). Segundo a entidade, a escolha de apenas uma empresa pode causar demissões em massa. No total, 700 pessoas atuam nas empresas, sendo 450 delas sindicalizadas. A estimativa do sindicato é de que pelo menos 300 trabalhadores possam perder seus empregos caso não haja adequações.
A licitação aberta pela Prefeitura de Santarém para concessão do serviço de transporte coletivo urbano prevê no edital que o certame será vencido por uma única empresa, que vai explorar 31 (trinta e uma) linhas, durante um período de 120 meses, prorrogável por mais 12 meses. O sindicato acredita que a reordenação da concessão das linhas de ônibus deve contribuir para uma melhor prestação do serviço de transporte público, mas que não pode concordar com a possibilidade de muitos de seus associados ficarem desamparados.
“Queremos melhoras no sistema sim, com carros novos e linhas organizadas, que é um anseio tanto do trabalhador quanto da população, mas a gente não pode aceitar que a classe seja prejudicada e queremos garantias de que não sejamos afetados”, esclarece Celso Santos, vice-presidente do Sindicato doa Rodoviários.  
Atualmente, dezesseis empresas exploram o serviço na zona urbana do município e nas regiões do Eixo-Forte, Br-163 3 PA 470. Outra condição estabelecida no edital é que o valor da tarifa será a única para todos os itinerários, inclusive para Alter do Chão, que hoje tem preço diferenciado.
O objetivo do abaixo assinado é fazer com que a categoria seja ouvida pelos promotores, uma vez que o sindicato teme que as atuais condições que o certame impõe pode gerar desemprego de muitos funcionários do ramo.
“A preocupação do sindicato é a mesma de diversos trabalhadores. O Ministério Público pressionou a prefeitura para que saia o edital, mas que garantia o trabalhador terá? A empresa vencedora virá, assume a linha e os trabalhadores das empresas que não forem contempladas, como é que ficam? Em nenhum momento o sindicato foi chamado para participar das discussões. Temos que ver alternativas para que os trabalhadores não sejam prejudicados. Quando soubemos a respeito, o edital já estava sendo publicado. Faltou ouvir a gente e por isso estamos com o abaixo-assinado que vai envolver não só os empregados, como também os familiares destes empregados que também serão afetados. A ideia é reunir aproximadamente mil assinaturas e entregar a documentação para o Ministério Público Federal e Estadual, além da Câmara de Vereadores ”, conclui Celso.  

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