| Coronel ficou na ativa da Polícia Militar até 2011 — Foto: Divulgação |
Entre elas estava a coronel Luciene Albuquerque, à época com 18 anos. Ela não
só entrou como conseguiu o primeiro lugar geral do
concurso. Anos depois foi a primeira mulher a comandar uma
tropa masculina no país.
"Eu fazia engenharia
civil em 1981 e não tinha nenhuma relação com a polícia. Por algumas pessoas ao
meu redor, tinha até um preconceito sem, de fato, saber como era o trabalho.
Minha mãe era professora do Colégio Tiradentes e me incentivou a tentar. Só fiz
a inscrição para agradá-la", contou.
No entanto, a coronel
se encantou com a profissão. Aulas de psicologia, sociologia,
relações humanas, ajudar a realizar partos.
Segundo ela, como ter mulheres na corporação era
algo novo, tudo era
muito rígido.
"Os policiais
não podiam conversar com a gente, era tudo muito respeitoso. Não podia andar
fardada na rua com um homem ao lado. Quando o meu namorado ia me buscar na
polícia, eu seguia na frente e ele atrás até chegar no ponto de ônibus",
relembra.
'Companhia
de brincos'
Em 1992, a coronel foi
convidada a comandar a Companhia de Operações
Especiais de Trânsito, em Belo Horizonte. Ao todo, 120 homens
trabalhavam no local quando ela chegou.
"Eu lutei por esse
lugar. Cheguei e precisava criar credibilidade, existia zoação com os meus
comandados por parte de policiais de outras companhias. Falavam que era
companhia de brincos por ser comandada por uma mulher. A minha companhia era
extremamente produtiva e motivada, não tinha problema de disciplina. Depois
todo mundo queria ir trabalhar lá" conta.
Casos marcantes
Em
toda a carreira, a coronel teve casos
marcantes. Em um deles, ela se lembra de quando ficou refém
dentro de uma penitenciária de segurança máxima de
Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, durante uma
rebelião.
Por quase dez
horas, ela e outros militares ficaram em poder dos criminosos.
Luciene era casada na época e foi liberada depois
que o então marido, um capitão da Polícia Militar, ficou no lugar dela. Ele foi
liberado pelos bandidos 14 dias depois.
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