Comunidades como Ilha do Chicote, Espelho, Boa Esperança, Morro dos Araras, Passai, Porcão e Furo do Prego estão entre as mais afetadas pela enchente.
Enchente está causando prejuízos a moradores de comunidades ribeirinhas/ Foto: A voz do Xingu
Moradores de pelo menos 16 comunidades da região ribeirinha estão
sofrendo com a cheia do Rio Xingu, em Altamira,
sudoeste do Pará. As comunidades afetadas ficam cerca de 2h30 de distância da
área urbana do município, o que dificulta ainda mais o apoio às famílias.
Comunidades como Ilha do Chicote, Espelho, Boa
Esperança, Morro dos Araras, Passai, Porcão e Furo do Prego estão entre as mais
afetadas pela enchente. A líder comunitária da Ilha do Chicote, Maria de Fátima
Dias, relatou as dificuldades enfrentadas com subida do rio.
“Nós estamos morrendo afogados com
a água do rio, o nosso povo está passando por necessidade, por fome, eu peço
socorro. Eu levantei de cima da minha cama a noite, eu botei meus pés no chão e
a água deu no meio das minhas coxas. As crianças estão passando por necessidade”,
contou a líder comunitária Maria de Fátima.
Ela disse ainda que a Defesa Civil
de Altamira já esteve na localidade onde mora, e que a situação está cada vez
pior e até agora a Defesa Civil não fez nada para amenizar a situação das
famílias.
“Ei, equipe da Defesa Civil vamos salvar as vidas,
vocês vieram mês passado e viram a situação. Agora multiplicou o que vocês
viram, todo mundo perdeu tudo e agora está muito pior”, declarou.
Casas e plantações estão totalmente alagadas e as
famílias não têm para onde ir. A líder comunitária, emocionada, pediu que algo
fosse feito com urgência. “Eu tô em desespero, eu não aguento mais perder nada,
eu não aguento trabalhar e ver a situação desse povo, vivendo desse jeito, eu
não aguento mais”, enfatizou.
Em nota, a Defesa Civil Municipal informou que uma
equipe já foi selecionada e a nomeação da coordenação e integrantes está
prevista para ainda esta semana.
Ainda de acordo com a Defesa Civil, antes que isso
ocorra, a responsabilidade de acesso, realização de levantamento de danos e
relato das situações locais é de responsabilidade do corpo de bombeiros local.
Por isso ainda não se tem informações oficiais. Mesmo assim, diz a nota, as
secretarias municipais que poderão prestar algum tipo de apoio estão
traçando planos para atuar na retaguarda, e o município vai dar suporte a
eventuais ações dos bombeiros ou da equipe da Defesa Civil Estadual, que é quem
normalmente age quando ainda não há uma coordenação municipal, declarou o
órgão.
O Corpo de Bombeiros de Altamira, que representa a
Defesa Civil Estadual no município, disse que ainda não foi acionado
oficialmente pela Defesa Civil Municipal sobre essa situação.
A Prefeitura de Altamira informou que recentemente
instalou a corregedoria de Defesa Civil Municipal, além de uma comissão que vai
realizar esse trabalho, mas que até o momento não tem conhecimento sobre
alagamento de áreas ribeirinhas no Rio Xingu.
Em nota, a Norte Energia, empresa responsável pela
usina Belo Monte, instalada no Rio Xingu, informou que as comunidades afetadas
estão localizadas acima do reservatório da usina, e que, portanto, não sofrem
influência da operação do empreendimento.
Fonte: O Liberal
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