Em tempos de isolamento social, uma empreendedora deixou de lado a produção de uniformes escolares e tem trabalhado dia e noite para confeccionar máscaras que estão sendo doadas para profissionais de saúde e de segurança pública que atuam na prevenção e no combate ao novo coronavírus, em Juruti, Óbidos e Oriximiná, no oeste do Pará.
A vontade de ajudar ao próximo após as notícias da disseminação do coronavírus no Brasil, aflorou em Walda Correa Imbelloni, mais conhecida como Malu - nome de sua empresa de confecção de fardamentos -, na semana passada, após um momento de conversa com Deus, em oração.
“Eu cheguei em casa após mais um dia de trabalho, desliguei me celular e fui falar com Deus, eu disse que eu queria me dedicar a obra, que eu queria poder deixar de lado o meu trabalho, as minhas ocupações, para ajudar as pessoas de alguma forma nesse momento difícil por causa do coronavírus. E na manhã seguinte, assistindo a TV eu vi uma senhora contando que tinha comprado uma caixa de máscaras, havia tirado três pra ela e doado o restante porque tinha muita gente precisando. Aquilo me deu um estalo do que eu podia fazer para ajudar”, contou Walda.
A empreendedora chamou o filho Ernesto Imbelloni e dividiu com ele a ideia que tinha tido para ajudar as pessoas. Pediu orientação a uma sobrinha médica e uma amiga enfermeira. Ela soube que em uma loja haviam sobrado duas peças de tecido próprio para máscaras e comprou o material necessário. E na quinta-feira (19), ela deu início à confecção das máscaras.
Para o trabalho que tem sido árduo, Walda conta com o auxílio do filho e de outras duas costureiras voluntárias. Desde o início dos trabalhos, elas já confeccionaram quase 4 mil máscaras que foram doadas ao hospital de Óbidos, hospital de Oriximiná, Hospital 9 de Abril (Juruti), Hospital Municipal de Juruti, unidade da polícia de Juruti, postos de saúde e para diversos moradores de Juruti. Nesta quarta-feira (24), Walda vai enviar máscaras para o Cras de Óbidos, que atende público de idosos.
“Eu tenho uma filha asmática e fiquei muito preocupada com as notícias sobre o coronavírus, não só com a saúde dela, mas com a família toda. Então, esse trabalho tem me feito um bem enorme, porque estou me sentindo útil em poder ajudar quem precisa nesse momento. Eu só peço as orações de todos vocês para que eu tenha forças e condições de continuar fazendo esse trabalho”, disse Walda.
Há quatro meses, Walda passou por um procedimento cirúrgico e teve uma recuperação rápida, que lhe permitiu retomar as suas atividades em pouco tempo. O trabalho voluntário de confecção das máscaras para doação a profissionais de saúde e outras pessoas é para Walda também uma forma de agradecer pelo restabelecimento da sua saúde.
Solidariedade
Um grupo de donas de casa, empresárias e religiosas também tem dedicado boa parte do seu tempo na confecção do material que é tão necessário para os profissionais de saúde, como máscaras, roupas privativas e roupas descartáveis.
No Hospital Municipal de Juruti, embora haja materiais como máscaras, luvas, álcool em gel, aventais e outros exigidos pelo protocolo de segurança para atendimento a doenças infectocontagiosas como a Covid-19, existe a preocupação de que em algum momento esses materiais faltem, principalmente as máscaras, que já estão em falta em vários cantos do Brasil.
É a solidariedade ganhando espaço em meio a pandemia que tem causado muitas mortes no mundo. Uma verdadeira demonstração de amor ao próximo.
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