Em um áudio compartilhado pelo prefeito de Santarém, médico João Assy fala sobre os riscos de se abandonar o isolamento social.
O médico infectologista João Assy chamou a atenção da sociedade santarena nesta sexta-feira (27), para o aumento do número de casos de pneumonia e insuficiência respiratória em Santarém, oeste do Pará.
“Durante essa semana a gente já reparou o aparecimento de muitos casos de pneumonia e insuficiência respiratória no Municipal, na UPA e hospitais particulares, não sabemos se são casos provocados pelas bactérias que a gente já está acostumado a lidar, ou se são casos de coronavírus, porque os resultados dos exames demoram ainda pra sair, e não chegaram ainda os testes rápidos prometidos pelo governo federal”, alertou João Assy.
Ainda de acordo com o infectologista, pode ser que o coronavírus já esteja circulando no município, ainda que não se tenha ainda nem um caso confirmado.
O médico disse que há uma preocupação dos profissionais de saúde em relação à baixa adesão da população ao isolamento social, uma vez que as pessoas estão saindo de casa para ir a locais onde há aglomeração. Além disso, há uma pressão pela abertura do comércio e isso pode ter graves consequências nas próximas semanas.
“É importante lembrar que os casos graves e as mortes por coronavírus só vão estourar de duas a três semanas depois do período em que houve a disseminação da infecção, porque há um período de incubação, de início dos sintomas, que pode levar até duas semanas. Entre a pessoas se infectar e começar a sentir os sintomas pode demorar de uma a duas semanas até ela agravar. A maioria dos casos graves não acontece nos primeiros dias da infecção, mas na segunda semana”, observou João Assy.
O infectologista também chamou atenção para o fato dos serviços de saúde de Santarém ainda estarem se estruturando. “Nós não temos condições de receber um grande número de casos de coronavírus, e os ventiladores mecânica prometidos pelo governo federal e não chegaram na cidade. No Brasil todo, ninguém está totalmente preparado para atender um grande número de casos graves de coronavírus, caso eles venham a acontecer”.
Por fim, o médico infectologista lembrou que em Milão, na Itália, no final de fevereiro houve a campanha “Milão não pode parar”, que reforçada a ideia de para a economia não entrar em colapso as pessoas deveriam sair de casa. Hoje, já são mais de 5 mil mortes no Norte da Itália, e o prefeito de Milão admitiu publicamente que errou ao apoiar a campanha pelo fim do isolamento social.
(Por Sílvia Vieira, G1 Santarém — PA)
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