segunda-feira, 4 de abril de 2022

PL turbinado na janela partidária consolida domínio bolsonarista na Câmara

Antes do início da janela partidária, a dúvida era até que ponto os governistas precisariam ceder poder ao União Brasil, fruto da fusão entre o DEM e o PSL.

Filiação de deputados ao PL, em Brasília-DF/ PL: Divulgação


Aberta durante um mês para permitir que parlamentares mudassem de legenda de olho nas eleições, a janela partidária se encerrou ontem com boas notícias para o presidente Jair Bolsonaro (PL). As migrações entre as siglas fortaleceram não só o PL, que passou a ter a maior bancada da Câmara, mas também o PP e o Republicanos, que têm sido base do governo e ganharam deputados neste período.

Antes do início da janela de trocas, os três partidos juntos tinham 118 deputados, sendo 42 no PL, 43 no PP e 33 no Republicanos. Agora, segundo os dados mais recentes da Câmara, o PL saltou para 73 nomes, o PP chegou a 50 e o Republicanos a 45. Juntas, as siglas somam 168 deputados, quase um terço do total.

Com estes números e o apoio do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), os governistas deverão ganhar força para aprovar projetos em plenário em ano de eleição, além de ganhar vantagem na distribuição das comissões da Câmara, que deve ocorrer a partir da semana que vem.

Esses colegiados tiveram o funcionamento limitado no ano passado devido à pandemia de covid-19, que dificultava as reuniões presenciais. A expectativa, no entanto, é que eles sejam reativados, o que reacende a disputa pelo seu comando entre as legendas com as maiores bancadas.

Briga pelas comissões 

Existem 25 comissões permanentes na Câmara, mas duas delas são especialmente cobiçadas: a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), por onde todos os projetos de lei devem passar antes de ir a plenário, e a CFT (Comissão de Finanças e Tributação), que influencia nas matérias que tratam de Orçamento.

Já as demais comissões, que tratam de temas que variam de educação a meio ambiente, passando por relações exteriores e direitos humanos, têm relevâncias similares entre si, mas não costumam ser cenário para as decisões mais importantes.

Antes do início da janela partidária, a dúvida era até que ponto os governistas precisariam ceder poder ao União Brasil, fruto da fusão entre o DEM e o PSL, partido pelo qual Bolsonaro foi eleito em 2018 e que deixou já no primeiro ano de governo. Ao ser criada, a sigla tinha 78 deputados, mas sofreu uma debandada, já esperada, de bolsonaristas que não podiam deixar o PSL antes da janela. 

O União despencou para 47 cadeiras, o que faz da bancada a quarta maior da Casa, atrás do PL (73), do PT (56) e do PP (50). Lideranças do partido vinham defendendo, em março, que a sigla poderia disputar o comando da CCJ, porque a distribuição das comissões entre as legendas deveria considerar o tamanho das bancadas no início da legislatura, em 2019, e não o atual. Os bolsonaristas, por sua vez, afirmam o contrário.


Fonte: UOL

Nenhum comentário:

Postar um comentário