Antes do início da janela partidária, a dúvida era até que ponto os governistas precisariam ceder poder ao União Brasil, fruto da fusão entre o DEM e o PSL.
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| Filiação de deputados ao PL, em Brasília-DF/ PL: Divulgação |
Aberta durante um mês para permitir que parlamentares mudassem de legenda de olho nas eleições, a janela partidária se encerrou ontem com boas notícias para o presidente Jair Bolsonaro (PL). As migrações entre as siglas fortaleceram não só o PL, que passou a ter a maior bancada da Câmara, mas também o PP e o Republicanos, que têm sido base do governo e ganharam deputados neste período.
Antes do início da janela de trocas,
os três partidos juntos tinham 118 deputados, sendo 42 no PL, 43 no PP e 33 no
Republicanos. Agora, segundo os dados mais recentes da Câmara, o PL saltou para
73 nomes, o PP chegou a 50 e o Republicanos a 45. Juntas, as siglas somam 168
deputados, quase um terço do total.
Com estes números e o apoio do
presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), os governistas deverão ganhar força
para aprovar projetos em plenário em ano de eleição, além de ganhar vantagem na
distribuição das comissões da Câmara, que deve ocorrer a partir da semana que
vem.
Esses colegiados tiveram o
funcionamento limitado no ano passado devido à pandemia de covid-19, que
dificultava as reuniões presenciais. A expectativa, no entanto, é que eles
sejam reativados, o que reacende a disputa pelo seu comando entre as legendas
com as maiores bancadas.
Briga pelas comissões
Existem 25
comissões permanentes na Câmara, mas duas delas são especialmente cobiçadas: a
CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), por onde todos os projetos de lei
devem passar antes de ir a plenário, e a CFT (Comissão de Finanças e
Tributação), que influencia nas matérias que tratam de Orçamento.
Já as demais comissões, que tratam de
temas que variam de educação a meio ambiente, passando por relações exteriores
e direitos humanos, têm relevâncias similares entre si, mas não costumam ser
cenário para as decisões mais importantes.
Antes do início da janela partidária, a dúvida era até que ponto os governistas precisariam ceder poder ao União Brasil, fruto da fusão entre o DEM e o PSL, partido pelo qual Bolsonaro foi eleito em 2018 e que deixou já no primeiro ano de governo. Ao ser criada, a sigla tinha 78 deputados, mas sofreu uma debandada, já esperada, de bolsonaristas que não podiam deixar o PSL antes da janela.
O União despencou
para 47 cadeiras, o que faz da bancada a quarta maior da Casa, atrás do PL
(73), do PT (56) e do PP (50). Lideranças do partido vinham defendendo, em
março, que a sigla poderia disputar o comando da CCJ, porque a distribuição das
comissões entre as legendas deveria considerar o tamanho das bancadas no início
da legislatura, em 2019, e não o atual. Os bolsonaristas, por sua vez, afirmam
o contrário.
Fonte: UOL

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