A Secretaria
Municipal de Trabalho e Assistência Social (Semtras) deve ampliar as abordagens
a pessoas em situação de rua em Santarém para posterior acompanhamento no
Centro de Referência Especializado em Atendimento à População de Rua, o Centro
POP Dom Lino Vombommel.
De acordo com a
secretária titular da Semtras, Celsa Brito, o serviço está reduzido. “Estamos
conversando com a coordenação e com as colaboradoras do equipamento. Estamos
entrando numa nova gestão, construindo juntos essa ampliação. O atendimento
reduziu bastante, reduziram a abordagem na rua. Vamos fazer retornar essas
pessoas que saíram, o fluxo da casa. Retornar essa abordagem na rua para
convidar as pessoas para virem”, explicou.
A população de rua
não pode ser obrigada a ser atendida pelo Centro POP. Daí a importância dessas
abordagens para explicação sobre a necessidade visando a aceitação. “O
equipamento não pode trazer o usuário. Ele tem que vir por vontade própria, do
seu desejo de estar aqui, onde ele pode lavar sua roupa, se alimentar,
descansar”, destacou a secretária Celsa Brito.
O equipamento público
completou 3 nesta terça-feira (31). Durante esse período, foram feitas 2.383
abordagens em rua. Grande parte dessas pessoas era de outras cidades e estava
transitando por Santarém. Desse total, 601 pessoas foram cadastradas no Centro
POP, 11 foram incluídas no programa do governo federal “Minha Casa, Minha
Vida”, 97 registradas no CadÚnico, 104 retomaram os estudos, 119 voltaram ao
convívio familiar e 190 foram inseridas no mercado de trabalho.
O guardador de carros Edson Repolho, 31
anos, foi um dos primeiros a serem atendidos pelo equipamento público.
"Sou bem atendido, tiraram meus documentos que eu não tinha. Eu era
viciado em drogas, agora não sou mais, declarou.
Francisco Lucas
chegou ao Centro POP há três meses. Ele conta que morava na rua. Com a ajuda
que recebeu no local, conta que já sente a diferença e espera recuperar a vida
aos poucos. "Hoje eu sou uma pessoa feliz. É lutar para ter respeito e
dignidade", comemorou.
O equipamento
representa um espaço de referência para o convívio grupal, social e o
desenvolvimento de relações de solidariedade, afetividade e respeito. O Centro
POP proporciona vivências para o alcance da autonomia, estimulando a
organização, mobilização e participação social. Funciona num local de fácil
acesso e acolhe de forma adequada os usuários. O ambiente físico é acolhedor e
disponibiliza um espaço para realização de atendimentos individuais, familiares
e em grupo, em condições de sigilo e privacidade. O equipamento também promove
o acesso a espaços de guarda pertences, de higiene pessoal, alimentação e
provisão de documentos. E ainda, o usuário pode usar o endereço do Centro POP
como referência.
O local possui duas
salas de atendimento especializado, cautelaria, dois quartos de descanso,
lavanderia, refeitório, área para realização de encontros e oficinas, cozinha,
área externa para atividades e biblioteca com aproximadamente 1 mil livros.
Contando com uma
equipe de 16 pessoas, incluindo técnicos, psicólogos, assistente social,
educador e pedagogo, o equipamento oferece alimentação, atendimentos
psicológicos, educativos, além de serviços de saúde, cidadania e lazer, por
meio de parcerias. “Esperamos que, em breve, a gente possa retomar o número de
atendimentos que a gente já tinha e que, nesse fim de ano foi diminuindo.
Termos uma equipe de abordagem de rua ampliada, até porque é uma cidade de
migrantes, de trânsito. As pessoas passam muito aqui e às vezes ficam”, afirmou
a coordenadora do Centro POP, Bernadete Mathias.
Na manhã desta terça,
houve uma programação para os usuários em comemoração ao aniversário do local,
com música, danças e apresentações teatrais. O prefeito em exercício, José
Maria Tapajós, também esteve presente.
O Centro Pop fica na
Travessa Moraes Sarmento, entre avenidas Presidente Vargas e Marechal Rondon,
no bairro Santa Clara.
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