terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Produzido em Cametá, no Pará, café de açai fortalece economia e preserva meio ambiente

 

Pesquisadores responsáveis pelas etapas da produção do café de açaí de Cametá/foto: Igor Mota - O Liberal

Quem vai ao Pará, parou! Tomou açaí, ficou!”, já dizia o célebre músico Pinduca em uma canção de carimbó que homenageia o Estado e a fruta nativa da floresta amazônica. O consumo da polpa do açaí é quase indispensável durante as refeições das populações que vivem na região Norte do Brasil, em destaque, dos paraenses, que possuem uma relação de afeto com o fruto, transcendendo a necessidade fisiológica da alimentação e incorporando-se à cultura local.

No Pará, onde atualmente está concentrado 95% da produção de açaí no País, um projeto vem sendo realizado no Campus XVIII da Universidade do Estado do Pará (Uepa), em Cametá, na região do Baixo Tocantins, com objetivo de aprofundar o conhecimento sobre a elaboração da torrefação da semente de açaí para a produção de bebidas quentes, entre elas, do dito “café de açaí”.

O projeto foi contemplado pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI), nível de graduação e ensino médio. Os auxílios de incentivo são provenientes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), oportunizados pela UEPA aos pesquisadores através de edital interno.

A iniciativa é desenvolvida pelo grupo de pesquisa Tecnologia e Inovação para a Indústria de Alimentos (Tecinova), liderado pelo professor Diego Aires, coordenador do curso de tecnologia em alimentos da Uepa. Ele explica que o produto já existe no mercado e seu consumo tem crescido nos últimos anos. “O projeto visa estabelecer a identidade e a qualidade desse produto, avaliando seus benefícios, sua aceitação sensorial e potencial de mercado”, afirmou.

“Aliado a isso, também estabelece parâmetros de manejo da semente para destinação mais segura, do ponto de vista sanitário, do batedor, para seu uso como alimento, identificando quais os pontos de maior atenção e controle para garantir a segurança e a saúde do consumidor. Além de ser mais uma alternativa de uso para diminuir o descarte desse produto no meio ambiente e ainda agregar valor a ele”, completou.

Os caroços de açaí, resultado da extração da polpa que muitos paraenses consomem de forma cultural, geralmente costumam virar lixo, tornando-se um problema para a limpeza urbana. Em áreas rurais, acaba indo parar em lixões e nas águas. Estudos como os que estão sendo desenvolvidos pelos pesquisadores da Uepa, verificam como aproveitar o fruto na totalidade, incluindo o caroço que seria um mero resíduo orgânico.

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