O Sairé é a mais antiga manifestação da cultura popular da
Amazônia. A festa acontece há mais de 300 anos, mantendo intacto o seu
simbolismo e essência. Sua origem remonta às missões evangelizadoras dos padres
Jesuítas com os índios da Amazônia.
O símbolo do Sairé é um semicírculo, de cipó torcido, envolvido
por algodão, flores e fitas coloridas. No centro do semicírculo estão três
cruzes e no topo dele uma outra, que juntas representam o mistério da
Santíssima Trindade e no topo um só Deus. A imagem da pomba, que representa o Espírito
Santo, também faz parte do adorno.
O estandarte segue à frente da procissão, carregado por uma
mulher, que na tradição é chamada da Sairapora. Nos dias de Sairé, ele é
fincado na areia da ilha que se forma no período da seca na principal praia de
Alter do Chão, certamente repetindo o que faziam os índios para saudar os
portugueses.
Até meados do século passado, o Sairé tinha significado
puramente religioso. Hoje, a comemoração une o sagrado e o profano.
O Sairé festejado no mês de setembro com um ritual religioso,
durante o dia, culminando com a cerimônia da noite, quando são feitas ladainhas
e rezas. Depois, vem a parte profana da festa, com shows artísticos e
apresentações de danças típicas e pelo confronto dos botos Tucuxi e Cor de
Rosa, ponto alto da comemoração.
Ao longo dos anos, o Sairé foi ganhando novos contornos, com
outros valores folclóricos sendo acrescentados pelos moradores de Alter do
Chão, que descendem dos índios Borari. Carimbó, puxirum, lundu, desfeiteira,
camelu, valsa da ponta do lenço, marambiré, quadrilha, cruzador tupi, macucauá,
cecuiara e outras que marcam a riqueza de ritmos e a cultura da festa.
Na festa do Sairé os elementos religiosos e profanos caminham
lado a lado. Ela começa no hasteamento de dois mastros enfeitados, seguido de
ritual religioso e danças folclóricas desempenhadas pelos moradores da vila. No
último dia, sempre uma segunda-feira, ocorrem a “varrição da festa”, a
derrubada dos mastros, o marabaixo, a quebra-macaxeira e a “cecuiara”, espécie
de almoço de confraternização. A programação termina à noite, com a festa dos
barraqueiros.
Todas as providências já estão sendo tomadas para a
realização da festa do Sairé 2017, na vila balneária de Alter do Chão, uma das
maiores manifestações folclóricas da Amazônia, que recebe turistas de todo o mundo, que vem não só participar da
manifestação folclórica, como também conhecer a praia de Alter do Chão,
o “Caribe Brasileiro”. A festa do Sairé
de 2017 e também até 2020, ficou assim estabelecida: 2017 – de 21 a 25 de setembro; 2018 – de 20 a
24 de setembro; 2019 – de 19 a 23 de setembro; 2020 – de 17 a 21 de setembro
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