Pedido de liberação do projeto já foi enviado à Aneel; usina no Pará lida desde o início da operação com a baixa geração de energia.
| Usina hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, em Altamira/Foto: Bruno Batista- VPR |
Em busca de alternativas
para ampliar sua geração de energia, a concessionária Norte Energia, dona
da usina de Belo Monte, pretende construir um parque
solar dentro da área da própria hidrelétrica, instalada no rio Xingu, na região
de Altamira, no Pará.
O Estadão apurou que um pedido para erguer o projeto
já foi encaminhado pela empresa à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e que a usina fotovoltaica seria erguida em um espaço
próximo à barragem principal da hidrelétrica, mais precisamente na vila que foi
especialmente montada para abrigar milhares de trabalhadores durante a fase de
construção da usina.
O projeto ainda está em
fase de estudo, mas o plano é que a potência da planta solar possa chegar a
137,48 megawatts (MW), energia que seria suficiente para atender cerca de 300
mil pessoas.
As informações foram confirmadas pela concessionária
à reportagem do Estadão. “A
Norte Energia estuda a possibilidade de instalar uma planta solar na área
utilizada pela Vila Residencial da época da construção. Por conta disso,
solicitou à Aneel a outorga em questão.”
Alternativas
Essa não é a primeira vez que a empresa busca
projetos complementares para ampliar a geração de energia no entorno de Belo
Monte. No fim de 2019, a concessionária chegou a procurar a agência reguladora
e pediu autorização para construir usinas térmicas – mais caras e mais
poluentes – nos arredores da hidrelétrica. Naquela ocasião, chegou a solicitar
mudança em seu estatuto social, para que deixe de ser uma concessionária
voltada a apenas um empreendimento e que possa “investir diretamente ou por
meio da participação em outras sociedades, como subsidiária integral”.
Questionada a respeito de seu plano de construir uma
usina térmica, a Norte Energia declarou que “não há previsão” para este
projeto.
Baixa Produção
As tentativas de incrementar a produção de energia
estão diretamente associadas às limitações de produção de energia por Belo
Monte, uma realidade que já era conhecida desde a concepção do projeto e que
levou muitos engenheiros a questionarem, inclusive, a viabilidade financeira da
usina.
Para viabilizar o leilão da hidrelétrica em 2010, o
governo acionou a estatal Eletrobras, que detém 49,98% da concessionária. Os
fundos de pensão Petros, da Petrobras, e Funcef, da Caixa, possuem 20% da
usina. Os demais sócios são as empresas Neoenergia, Vale, Sinobras, Light,
Cemig e JMalucelli. A concessionária vai explorar a hidrelétrica pelo prazo de
35 anos.
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