segunda-feira, 17 de julho de 2017

Comunidades do Tapajós e Arapiuns sofrem com invasão de áreas de pesca

preocupação de famílias ribeirinhas com as constantes invasões de áreas de pesca nas regiões do Tapajós e Arapiuns, em Santarém, oeste do Pará, foi apresentada durante oficina de mapeamento para a construção do diagnóstico da pesca artesanal realizada na sexta-feira (14), na sede da Colônia de Pescadores Z-20.
Segundo o pescador Edmilson Colares, a maior parte das regiões sofre com a invasão das áreas de pesca. "Vêm pessoas de outras comunidades, em geleiras, pegam os peixes e estragam. É por isso que nós queremos fazer um acordo de pesca coletivo, porque já houve invasão várias vezes”, desabafa.
O diretor de assistência social da Z-20, Jucivaldo Pereira explica que é preciso fazer um trabalho de monitoramento e identificar através das regiões, os lagos aonde já existe o manejo, aonde não tem, e aqueles que têm a condição de pesca. "Também é importante saber quais as áreas de conflitos. Algumas comunidades têm conflitos internos e externos”, frisou.
Diante do descumprimento dos acordos de pesca firmados entre os moradores das comunidades e invasão de barcos-geleiras, contribuir para a reprodução do pescado tem sido uma tarefa difícil. Mas, com a obediência aos acordos de pesca vigentes, os pescadores acreditam que será possível melhorar a situação da atividade na região.
O líder da comunidade Saracura, região do Tapará no Rio Amazonas, Adelson Bastos defende que levar o conhecimento sobre o manejo para a área e fundamental. “Cada um dos coordenadores que estão aqui levam para sua região os conhecimentos obtidos para repassar aos pescadores”, disse.
Ter um diagnóstico preciso com a peculiaridade de cada região, acordo de pesca vigente, conflitos comunitários e obrigações de cada pescador (morador) é necessário para encontrar soluções.
Com base no diagnóstico será possível identificar as fragilidades e potencialidades da pesca na região e apontar propostas elaboradas de forma coletiva.
O objetivo é construir uma proposta sustentável para o fortalecimento da atividade da pesca artesanal nas onze cidades do Baixo Amazonas: Santarém, Monte Alegre, Prainha, Almeirim, Juruti, Faro, Terra Santa, Oriximiná, Óbidos, Alenquer e Curuá.

O plano está sendo desenvolvido desde dezembro de 2016 e deve ser finalizado no próximo mês de setembro pela Sapopema (Sociedade para a Pesquisa e Proteção do Meio Ambiente) em parceria com a Indústria Pesqueira, Colônias de Pescadores do Baixo Amazonas, Ufopa e outras instituições.

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